São Tomé e Príncipe é o país africano com menor presença de crime organizado, segundo um relatório do projeto Enact, financiado pela União Europeia (UE), que coloca Moçambique perto dos 10 primeiros.
De acordo com a primeira edição do “Índice de Crime Organizado do Enact – Melhorar a Resposta de África ao Crime Organizado Transnacional”, com dados referentes a 2018, São Tomé e Príncipe obteve uma média de 1,88 pontos no índice de criminalidade organizada, que se apresenta uma escala entre um e dez.
São Tomé e Príncipe apresenta um valor que se destaca da média do continente (4,97 pontos), sendo que o segundo país com menos criminalidade organizada, a Tunísia, apresenta uma média de 3,26 pontos.
O valor resulta de cálculo entre duas pontuações: uma referente à prevalência dos mercados de criminalidade, e outra referente à estrutura no país e à influência de agentes criminosos.
No primeiro caso são tidos em conta os mercados do tráfico humano, crimes contra a fauna, crimes contra a flora, crimes contra recursos não renováveis, tráfico de armas, e vários tipos de tráfico de drogas (heroína, cocaína, canábis e sintéticas).
O segundo indicador é calculado com base na intervenção de grupos que atuam como máfia, redes criminais, agentes ligados ao Estado ou agentes criminais estrangeiros.
O topo do índice criminal é ocupado pela Nigéria, com uma pontuação de 7,70 pontos, seguindo-se a República Democrática do Congo (RDCongo), com 7,29 pontos, e a República Centro-Africana (RCA), com 6,86 pontos.
Atrás destes três países, surgem Sudão do Sul (6,40), Somália (6,40), Sudão (6,38), Líbia (6,26), Costa do Marfim (6,23), Mali (6,20) e África do Sul (6,16), todos com mais de seis pontos num índice de criminalidade organizada entre um e dez.
Quanto aos restantes países lusófonos, Moçambique ocupa a 14.ª posição continental, com 5,86 pontos, apenas 0,3 pontos atrás do 10.º classificado, a África do Sul (6,16).
A pontuação moçambicana é impulsionada pelos crimes contra a flora (8,5) e contra a fauna (7,5), assim como pelo tráfico de heroína (7,5).
Além de Moçambique, apenas a Guiné-Bissau ultrapassa a média do continente africano, com 4,99 pontos (24.ª posição).
Na 32.ª posição, Angola apresenta 4,78 pontos, seguindo-se Cabo Verde, com 3,74 (45.º lugar), Guiné Equatorial (3,53 pontos), no 49.º posto.
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