Relembremos um dos momentos históricos da Nigéria: a proibição da mutilação genital feminina

Nigéria proibiu mutilação genital feminina
Não só na Nigéria mas em outros países africanos, a mutilação genital feminina é visto como algo normal, que faz parte da cultura e que se deve manter viva essa “tradição”.
Este é um tema que ainda divide multidões, de um lado estão os homens defensores da dita tradição e do outro mulheres e pessoas que acreditam na importância de findar com uma prática que em nada ajuda nem melhora as vida das mulheres.
Enquanto uns debatiam o que fazer quanto a este assunto, em 2015 o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, tomou uma decisão que mudou vidas de milhões de mulheres no seu país. O mesmo aprovou a proibição da mutilação genital feminina na Nigéria, que se tornou oficialmente num crime.
Esta nova lei representou uma mudança de postura do país da África Ocidental, deu um olhar novo e de esperança ao continente. Serão punidos também todos os homens que abandonarem as suas mulheres e filhos, o que acabará por contribuir para a diminuição da mutilação.
De acordo com os relatórios feitos por entidades de defesa dos direitos humanos, a mutilação feminina atingiu 25% das mulheres nigerianas entre os 15 e os 49 anos. A ONU confirmou em 2014 que este acto provoca o risco de morte devido as várias infenções, infertilidade e perda de prazer sexual na mulher.
A mutilação feminina é vista pelos mais velhos como parte envolvente de uma tradição, em que a mulher perde completamente o direito ao corpo quando o faz. Com esta nova lei que proibiu a mutilação, notou-se uma mudança que tem muito haver com o desenvolvimento social da sociedade nigeriana e também do mundo. Não se trata só de um fim aos costumes tradicionais, mas de uma adequação aos tempos modernos.
“É crucial que continuemos com os esforços de mudanças de visões culturais que permitem a violência contra a mulher. Só assim esta prática agressiva terá um fim”, disse Stella Mukasa, directora do núcleo de Gênero, Violência e Direitos do Centro de Pesquisas da Mulher, em declarações ao jornal The Guardian.

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