ATEMPORAL: o álbum do fim – O novo ou último álbum do Aborígine


Lançado no dia mundial do Hip Hop12 de Novembro, o MC e poeta Aborígine justifica a escolha reflectindo sobre o carácter revolucionário dessa cultura negra e urbana, oriunda do povo pobre: “O Hip Hop me molda e transforma diariamente, para além da essência artística e ritmo a minha poesia, eu devo ao Hip Hop minha vida”.
CD possui treze faixas que respondem o porque do álbum do fim. A capa e contracapa apresentam um ambiente apocalíptico, num contraste de quem apresenta-se à luta e um olhar esperançoso de uma criança. São poesias, versões acústicas e a acidez num discurso forte e contemporâneo. Esse último adjectivo reflecte a temporalidade da obra, uma vez que, diversas letras apresentadas possuem 10 ou mais anos de composição.
Num contra fluxo que revela evolução do Rapper, as faixas problematizam e enfrentam a mercantilização da cultura, trazem conceitos, até então, pouco ou não discutidos no Rap como gentrificação, gordofobia e democratização dos meios de comunicação. Músicas conhecidas e cantadas como Teresas e Um canto a Margarida, que possuem respectivamente vídeo clipe e lyric vídeo completam o trabalho, assim como a releitura da música O azul de uma caneta, música de 2001, lançada em versão acústica disponibilizada exclusivamente no Lyric álbum no canal do artista.
O álbum do fim pode ser uma despedida do rapper, porém, suas linhas, em quem escutar trará um desconforto e uma vontade pra luta tão grandes, que será difícil não lembrar do Aborígine.

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